Sustentabilidade na Arte

Juntos vamos (des)plastificar o planeta!

E o nosso projeto continua. Está na hora de nos centrarmos num dos aspetos que inicialmente contatámos, quando fizemos a monitorização do lixo doméstico, na primeira fase do projeto - a maior percentagem de lixo produzido é proveniente do plástico.

Cartoon "Os habitantes do oceano", de  Gatis Sluka (2017)
Cartoon "Os habitantes do oceano", de Gatis Sluka (2017)

Por onde começar?

Uma das etapas deste projeto Erasmus+ tem como objetivo desenvolver um trabalho artístico up-cycling.

Partindo da localização do nosso país - um país oceânico com cerca de 830 km de costa - e da da nossa escola - situada perto da Reserva Natural do Rio Tejo - foi ponto de partida perceber o impacto que o plástico tinha nos cursos de água e nos ecossistemas costeiros e marinhos.

Um pouco de pesquisa!

Portugal, um país à beira mar

"Os oceanos cobrem 71% da superfície da Terra e são uma extraordinária fonte de recursos.

Os oceanos e mares têm suportado deste tempos imemoriais atividades como a indústria da pesca e múltiplas economias costeiras, facultando oportunidades recreativas e servindo de habitat para uma infinidade de plantas e animais marinhos. Infelizmente cada vez mais as massas de água do planeta veem sofrendo com as alterações climáticas, decorrentes sobretudo de ações humanas que, aos poucos, estão modificando de maneira substancial a configuração natural do planeta. A aparente vastidão dos oceanos levou a que fosse sobrestimada a sua capacidade para absorver os resíduos de toda a Humanidade. Por demasiado tempo as águas dos oceanos foram usadas como depósito para os detritos e resíduos de todos nós.

Num passado não muito longínquo o lixo nas praias e ao longo de cursos de água interiores navegáveis foi considerado primariamente uma monstruosidade – desagradável de se olhar, mas por outro lado não tão prejudicial. Através dos factos, investigação e educação as pessoas foram constatando que os detritos marinhos causam sérios impactos no ambiente, fauna e flora marinhas, saúde e segurança humanas e animal, navegação e economia.

As redes, os artefactos de pesca e os pedaços de plástico abandonados, bem como outros resíduos podem sufocar e esmagar recifes de coral e ecossistemas sensíveis de plantas marinhas e suas espécies bentónicas. Todos os anos, milhares de animais marinhos são aprisionados em, estrangulados por, ou ingerem várias formas de detritos.

Resíduos médicos, sanitários e de higiene e relacionados incluindo seringas e pedaços de vidro são um perigo para quem frequenta as praias, quando são arrastados para a costa. As comunidades costeiras têm prejuízos quando as praias precisam de ser encerradas para limpeza, e a indústria da pesca tem de absorver os custos anuais resultantes dos danos nos navios causados por detritos flutuantes e abandonados e por perdas das artes de pesca.

Afortunadamente, embora o lixo marinho seja uma das fontes de problemas de poluição mais difundidas pelo planeta é uma para a qual os cidadãos individualmente podem de imediato ser parte da solução; isto porque a origem de todo o lixo marinho pode ser rastreado até uma única fonte - as pessoas. Nas últimas décadas, a composição da maioria dos resíduos sólidos produzidos são constituídos por materiais sintéticos duráveis que podem permanecer no ambiente por muitos anos causando perigo continuado aos ecossistemas. Com o aumento ao nível mundial da população costeira é expetável que a quantidade de detritos que entram nos oceanos também aumente.

É urgente tomar medidas para reverter o estado atual!"

Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente

Nascer do sol - Imagem de Karuvadgraphy, por Pixabay
Nascer do sol - Imagem de Karuvadgraphy, por Pixabay

"The Trash Traveler"

Em 2020, o The Trash Traveller levou a cabo uma campanha de sensibilização para a poluição do plástico. Ao longo dos 832 km da costa de portuguesa, em 58 dias,  em conjunto com mais de 100 ONGs, foram recolhidas 1,6 toneladas de plástico...

MAS A COSTA NÃO ESTÁ LIMPA!  Todos os anos, 8 milhões de toneladas de plástico entram no oceano e é preciso agir de imediato.. Temos que agir na fonte. A beleza do oceano começa nas nossas ações e nas nossas casas.

Decidimos fazer parte deste CAMINHADA, e cuidar do nosso planeta!

Se todos tentarmos, podemos alcançar a mudança juntos.

Um dia na praia

Um grupo de alunos que integra o projeto deslocou-se até à Praia de São Pedro do Estoril, com o objetivo de realizarem uma atividade de surf e procederem à recolha de lixo que encontrassem na areia da praia. Na areia havia pouco lixo, no entanto, no mar, encontraram óculos de sol, pulseiras e garrafas e sacos de plástico, entre outros resíduos.  

A nossa inspiração - Made in Portugal

Vale a pena ler...

Artistas de plástico: conheça estes artistas que fazem arte com desperdício

O lixo pode chegar a nós em forma de arte. Conheça estes artistas que fazem do lixo matéria-prima.

Escrito por Francisca Dias Real e Bárbara Baltarejo terça-feira 28 abril 2020

Fonte: https://www.timeout.pt/lisboa/pt/arte/artistas-de-plastico-conheca-estes-artistas-que-fazem-arte-com-desperdicio

Bordalo II e Xico Gaivota são dois artistas da "sustentabilidade". Há quem chame lixo ao plástico e aos resíduos, mas estes dois artistas vêm-no como matéria-prima para verdadeiras obras de arte, ou melhor, "gritos" de consciência para todas as pessoas que têm o privilégio de conhecer o seu trabalho. Para estes artistas, tudo se transforma!

Biodiversidade da zona ribeirinha da cidade de Alverca

Após o contacto com a especificidade dos trabalhos de Arte Urbana, cabia aos alunos envolvidos no projeto selecionar as figuras que queriam ver representadas no trabalho de Up-cycling.

Inspirados na generalidade das obras e no tema do projeto fizeram um pesquisa sobre a fauna e a flora da zona ribeirinha da cidade onde se situa a nossa escola


Situado na margem direita do Estuário do Tejo, o local composto pelas salinas de Alverca, salinas do Forte da Casa e campos agrícolas  revela-se de extrema importância como área de nidificação e refúgio alimentar para inúmeras espécies de aves. Aproveitando a abundante vegetação aquática, varias espécies de aves aquáticas nidificam nas antigas salinas de Alverca.

Reserva Natural do Estuário do Tejo

Nas margens do estuário, desenvolve-se o sapal, rico em poliquetas, moluscos e crustáceos. 

O estuário constitui um berçário para várias espécies de peixes marinhos,  no entanto, são as aves aquáticas que conferem ao estuário do Tejo uma importância europeia, dado que os efetivos de espécies invernantes chegam a atingir cerca de 120.000 indivíduos. 

Com efeito, nesta área protegida invernam espécies como o pato e o alfaiate (símbolo da reserva), que chega a ter aqui cerca de 25% da população invernante na Europa. 

Ainda podemos encontrar aqui outras espécies como o flamingo, o ganso-bravo e o pilrito-de-peito-preto.

O nosso projeto de Up-cycling

Definidas as aves que poderiam integrar o painel realizado pelos alunos, alguns discentes do 8.º ano procederam à ilustração das mesmas, as quais serviriam de modelo às recriadas no painel, envolvendo assim, a comunidade escolar na cocriação do trabalho de Up-Cycling do projeto.

Tendo em atenção as características de uma obra Up-cycling , o material escolhido para a execução do trabalho, foi o lixo de plástico, nomeadamente, pequenos pedaços de embalagens de plásticos, sacos de plásticos e cápsulas de café, coletados por alunos e professores da escola.

O trabalho artístico upcycling, consistiu na realização de um painel bidimensional, com 2m x 1,5m, no qual estão representados dois perna-longa, um ninho com alguns ovos dessa ave e a respetiva vegetação que faz parte da biodiversidade da zona ribeirinha da cidade de Alverca.

Calendário do Advento

Outra forma de envolver os alunos da comunidade escolar, foi sensibilizá-los, mais uma vez, para a reutilização de materiais.

Aproveitando a recolha de cápsulas de café, que foi dinamizada na escola, foi criado com materiais recicláveis - cartão, sacos do lixo de plástico, cápsulas de alumínio, papel-plástico - um calendário do Advento que recriava o mundo como a nossa casa. Aí foram colocadas algumas cápsulas com plantas e detrás das janelas podiam ver-se recriações dos objetos elaborados pelos alunos no Atelier do artista Xico Gaivota, aquando da Mobilidade a Portugal. 

No painel onde estava exposto o calendário do Advento, eram diariamente colocadas frases de autores de renome relacionados com sustentabilidade

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